sábado, 30 de maio de 2009

Literatura

O movimento modernista no Brasil contou com duas fases: a primeira foi de 1922 a 1930 e a segunda de 1930 a 1945. A primeira fase caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento renovador e pela divulgação de obras e idéias modernistas.

Primeira fase Modernista no Brasil (1922-1930)
Caracteriza-se por ser uma tentativa de definir e marcar posições. Período rico em manifestos e revistas de vida passageira. Na literatura há a criação de uma forma de linguagem, que rompe com o tradicional, transformando a forma como até então se escrevia.

Este período começa com a Semana de Arte de 1922
. As principais características da literatura modernista são: nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos), linguagem com humor, liberdade no uso de palavras (utilização do verso livre, quase abandono das formas fixas como o soneto, a fala coloquial, aus~encia de pontuação,...), e textos diretos.
Entre os fatos mais importantes, destaca-se a publicação da revista Klaxon, lançada para dar continuidade ao processo de divulgação das idéias modernistas, e o lançamento de quatro movimentos culturais: o Pau-Brasil, o Verde-Amarelismo, a Antropofagia e a Anta.
O Movimento Pau-Brasil foi lançado em 1924
por Oswald de Andrade e Tarsilla do Amaral. Apresentava uma posição primitivista, buscando uma poesia ingênua, de redescoberta do mundo e do Brasil, inspirado nos movimentos de vanguarda europeus.


Verde-Amarelismo

Grupo composto pelos paulistas Plínio Salgado, Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Cândido Mota Filho e Alfredo Élis. Surgiu em 1926, como resposta ao grupo Pau-Brasil. O grupo Verde-Amarelo, além de criticar o "nacionalismo importado" de Oswald de Andrade, propunha um nacionalismo primitivista e ufanista. Para eles, o ingresso do Brasil na modernidade implicava no rompimento radical com toda herança cultural européia. Seu lema era taxativo: "Originalidade ou Morte!" o projeto cultural do verde-amarelismo tinha também sua contrapartida política: o autoritarismo aparecia como condição imprescindível para a independência cultural e política do país. Era através do jornal Correio Paulistano que o grupo defendia as suas idéias. Em 1927, esses artigos foram reunidos em uma coletânea com o título O Curupira e o Carão. Em maio de 1929, o grupo publicou o manifesto Nhengaçu Verde Amarelo (Manifesto do Verde-Amarelismo ou da escola da Anta), em que defendia a integração étnico-cultural sob o domínio da colonização portuguesa, o nacionalismo sentimental e o predomínio das instituições conservadoras, que entre outras coisa afirmava:
"O grupo "verde-amarelo", cuja regra é a liberdade plena de cada um ser brasileiro como quiser e puder; cuja condição é cada um interpretar o seu país e o seu povo através de si mesmo, da própria determinação instintiva; o grupo "verde-amarelo", à tirania das sistematizações ideológicas, responde com a sua alforria e a amplitude sem obstáculo de sua ação brasileira. (...)Aceitamos todas as instituições conservadoras, pois é dentro delas mesmo que faremos a inevitável renovação do Brasil, como o fez, através de quatro séculos, a alma da nossa gente, através de todas as expressões históricas.Nosso nacionalismo é "verdamarelo" e tupi. (...)"

Na década de 1930, o grupo se bifurcou em dois movimentos distintos: o integralismo e o bandeirismo. Rompendo com o grupo de origem, Plínio Salgado fundou em 1932 a Ação Integralista Brasileira. Liderado por Cassiano Ricardo, o bandeirismo reuniu o restante do grupo, que recebeu ainda o apoio de mais alguns intelectuais paulistas. O movimento tinha como proposta o fortalecimento do Estado, posicionando-se contra o comunismo e o fascismo. Era preciso defender as fronteiras geográficas e culturais do país, evitando a penetração de ideologias consideradas "alienígenas".
Ao longo da década de 1940, Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia e Candido Mota Filho iriam tornar-se, em diferentes graus, ideólogos do Estado Novo, escrevendo artigos na imprensa diária em que defendiam as bases doutrinárias do regime. Cassiano Ricardo assumiu a direção do jornal A Manhã, porta-voz do regime, e a chefia do departamento político-cultural da Rádio Nacional. Já Candido Mota Filho assumiu a direção do DEIP (Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda) de São Paulo. A trajetória desse grupo ao longo de três décadas revela os vínculos que existiram entre a ideologia autoritária do Estado Novo e a do modernismo.


Movimento Antropofágico (1918)

Liderado por Oswald de Andrade é uma resposta às questões colocadas pela Semana de Arte Moderna de 1922. Para ele, a renovação da arte nasceria a partir da retomada dos valores indígenas, da liberação do instinto e da valorização da inocência. O objetivo de Oswald de Andrade era a deglutição (daí o caráter metafórico da palavra "antropofágico") da cultura do outro externo. O Manifesto Antropófago, dizemos que ele manifesta:

1) a crítica ao erudito e

2) a tentativa de se estabelecer a identidade nacional, as duas, por meio da metáfora.

A Antropofagia é uma declaração de guerra a todos os povos civilizados e cristãos que impuseram suas culturas ao povo brasileiro. Ela é inovadora, mas tem suas raízes na tradição européia.
Fonte: CPDOC/FGV
A importância maior das vanguardas foi de uma concepção inteiramente libertária da criação artística. O pintor, o escritor ou o músico não precisa seguir outras leis que não as de sua própria interioridade e escolha, abrindo caminho para as outras artes.



PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS


Principais autores desta fase: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado

MÁRIO DE ANDRADE
Poesia - Paulicéia Desvairada, Losango Cáqui, Clã do Jabuti, Remate dos Males, Lira Paulistana.
Prosa - Amar, verbo intransitivo, Macunaíma, Contos Novos.


OSWALD DE ANDRADE
Os condenados, Memórias Sentimentais de João Miramar, Serafim Ponte Grande e O rei da vela (teatro).


MANUEL BANDEIRA
Carnaval, O ritmo dissoluto, Libertinagem, Estrela da manhã, Estrela da tarde, Estrela da vida inteira.


ALCÂNTARA MACHADO
Brás, Bexiga e Barra Funda e Pathé Baby.


Segunda fase Modernista no Brasil - (1930-1945)
Estende-se de 1930 a 1945, sendo um período rico na produção poética e também na prosa. É a fase mais radical justamente em conseqüência da necessidade de definições e do rompimento de todas as estruturas do passado. Fica evidente o interesse por temas nacionais, uma linguagem mais brasileira, com um enfoque mais direto dos fatos marcados pelo Realismo – Naturalismo do século XIX.
O romance enfatiza o regionalismo, principalmente o nordestino, onde problemas como a seca, a migração, os problemas do trabalhador
rural, a miséria, a ignorância foram ressaltados. Além do regionalismo, destacaram-se também outras temáticas: surgiu o romance urbano e psicológico, o romance poético-metafísico e a narrativa surrealista.


“A segunda fase colheu os resultados da precedente, substituindo o caráter destruidor pela intenção construtiva, pela recomposição de valores e configuração da nova ordem estética”.


-CASSIANO RICARDO
A poesia prossegue com a tarefa de purificação de meios e formas iniciada antes, ampliando a temática na direção da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, ao tempo em que a prosa alargava a sua área de interesse para incluir preocupações novas de ordem política, social e econômica, humana e espiritual. À piada sucedeu a gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Essa geração, preocupada com o destino do homem e com as dores do mundo, pelos quais se considerava responsável, deu à época uma atividade excepcional.
A geração de 30 não precisou ser combativa como a de 22. Eles já encontraram uma linguagem poética modernista estruturada. Passaram então a aprimorá-la e extrair dela novas variações, numa maior estabilidade.
O Modernismo já estava incorporado às praticas literárias brasileiras, sendo assim os modernistas de 30 estão mais voltados ao drama do mundo e ao desconcerto do capitalismo.

PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS
Destacam-se as seguintes obras :

Graciliano Ramos
Vidas Secas,

José Lins do Rego
Fogo Morto,

Rachel de Queiroz
O Quinze

Jorge Amado
O País do Carnaval.


Os principais poetas desta época são:

Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles.




Isabella nº11 e Talita nº30

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