quinta-feira, 15 de outubro de 2009






Acervo do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo

O acervo do MAC não está todo exposto, pois é composto por aproximadamente 10 mil obras armazenadas no MAC-USP.
O acervo do MAC-USP é composto por mais de 50% de obras sobre papel, as quais abrangem diversos períodos da produção dos séculos XX e XXI, em alguns casos como as únicas representantes de artistas presentes no acervo do museu, registrando também uma gama ampla de tendências estéticas. As chamadas Vanguardas Européias, por exemplo, estão representadas pelos expressionistas: Georg Grosz, Kathe Kollwitz, Kubin, Otto Pankok, mas também há gravuras de Picasso, Klee, Morandi, Le Corbusier, Chagall e Picabia entre outros, além de obras que compreendem diferentes técnicas sobre papel, como desenhos, aquarelas, fotografias, colagens, óleos, guaches, livros de artistas e obras de caráter documental-conceitual. Na coleção de artistas internacionais, podemos destacar ainda a litografia “A Santa da Luz Interior” de 1921/22, de Paul Klee (obra que fez parte da exposição Arte Degenerada de 1937) e os trabalhos de Picasso, uma rara série litográfica datada da 2ª metade da década de 40.
A coleção de artistas brasileiros compreende obras de Tarsila do Amaral, Oswaldo Goeldi, Lasar Segall, Lívio Abramo, Renina Katz, Alfredo Volpi, Marcello Grassmann, Anna Bella Geiger, entre muitos outros, com uma ênfase especial aos trabalhos de Di Cavalcanti, dos quais o acervo do museu compreende 564 desenhos (o mais antigo da coleção data de 1921, e a coleção segue, ano a ano, até 1964). Parte dessa coleção constava numa primeira seleção para a exposição do Gabinete de Papel, porém devido à sua importância, a coleção foi retirada da exposição para que pudesse ser contemplada individualmente, numa outra ocasião. Também é preciso destacar uma série de desenhos de Flávio de Carvalho, Série Trágica – “Minha mãe morrendo”, de 1947, que embora não faça parte do acervo do Gabinete de Papel, é constantemente exposta no MAC, e também uma série de exercícios e estudos (que consta no Gabinete) realizada por diversos artistas, como estudos dos freqüentadores do ateliê do Edifício Santa Helena, quase cem desenhos de Mario Zanini, Penacchi e ainda cadernos de estudos de Flexor e estágios de gravuras e desenhos de Geraldo de Barros, entre muitos outros. O acervo do Gabinete é, indiscutivelmente, um representante muito importante e muito rico de nossa arte moderna.
No momento, as obras expostas no MAC-Ibirapuera são pequena parte da coleção Renault conhecida e apreciada mundialmente. Estas obras se distinguem entre contemporâneas, abstratas e cinéticas, geométricas. Dentre elas observamos fotografias, pinturas, desenhos e esboços, máquinas, mecanismos e estruturas compostas por material elétrico, esculturas formadas por diversos objetos, montagens e colagens de fotografias, imagens.
Multiplicador do saber e da excelência do próprio acervo, sempre acompanhando os desafios sociais, o MAC-USP é uma grande sala de aula, laboratório e espaço aberto a todas formas de diálogo e criação que expressem a densidade da arte contemporânea - ponte para todos os processos que envolvem a vida do homem atual, espaço para todas as linguagens, poéticas e ousadias.



"O mistério é a arte desse século.

Quem a fez? O que ela é?

O momento futurista torna-se o momento presente.

Você está nele".

John Cage


Alguns depoimentos sobre o MAC


Ciccillo Matarazzo Sobrinho, fundador do MAM-SP e do MAC/USP - SP..
"Devo confessar que, quando comecei, era o acadêmico mais acadêmico de todos. Gostava de pintura clássica, de tudo o que se parecesse o mais possível comigo. Depois comecei a ver a evolução da arte."

Giannandrea Matarazzo,sobrinho de Ciccillo Matarazzo.
"O Ciccillo, pelo que eu conheci, nunca deixou de ser um acadêmico. Mas como ele era um homem muito avançado em tudo, achava que a arte devia se modernizar. A personalidade dele era muito forte e as idéias dele não eram muito facilmente mutáveis".

Ana Mae Barbosa, ex-diretora do MAC/USP
."A criação do MAC representou para a USP o primeiro real contato com as artes, foi a primeira manifestação de arte dentro da universidade. Só depois foi criado o ensino da arte".

Agnaldo Farias

"O museu permite para um jovem artista, não só ao público leigo, aprender com as obras que lá estão. Como a discussão de gestos, por exemplo, que é tratada em quadros de Appel e de Iberê Camargo. Ou como as questões de espaço, fundo e figura são tratadas na tela de um Morandi... Não existe um meio artístico consistente sem um museu. Lá você tem, de uma forma muito bem definida, bem acabada, o raciocínio de artistas que são verdadeiros pensadores visuais do nosso século. O MAC é um museu fundamental. Ele tem, possivelmente, o melhor acervo de arte moderna de toda a América Latina."

Tadeu Chiarelli.
"Por mais que pareça estabilizado aquilo que foi moderno e aquilo que não foi moderno no Brasil, eu acho que é ainda uma questão para ser discutida. Eu acho que um dos modernistas mais radicais no acervo é, sem dúvida alguma, a Anita Malfatti em sua fase expressionista. Eu acho que 'A Boba' e os desenhos são fases significativas. E o Flávio de Carvalho é um grande modernista".
Renina Katz
"São poucos os lugares onde você encontra uma concentração tão grande e de obras tão boas como o MAC. É realmente um privilégio a gente ter uma gravura de Käthe Kollwitz. Ela é a mãe, a avó, a guru do expressionismo dos artistas da minha geração. Tem o Hayter, que deu toda uma inovada na técnica da gravura em metal, e tem os brasileiros, todos maravilhosos".

Aracy Amaral
"Eu acho que a importância da coleção brasileira do MAC nunca vai ser suficientemente enfatizada. É a única coleção em um museu que é especificamente de arte brasileira do nosso tempo".


Ana Mae Barbosa
Os programas de educação são fundamentais para isso, para a entrada de todas as classes sociais no museu. Imagine a gama da população que fica afastada do usufruto da arte"..

Lisbeth Rebollo Gonçalves
"O MAC é um espaço do artista por excelência. Não só do artista visitando para reler a obra, mas do artista presente com ateliês dentro desse museu"..

Agnaldo Farias.
"Considerando que a arte trabalha com a fronteira do próprio homem, com a fronteira do que ele percebe, do que ele é capaz de expressar, essa ampliação fala da ampliação do próprio homem, do ser do homem mesmo".


Referências Bibliográficas

http://www.mac.usp.br/

www.tvcultura.com.br/.../artes/macusp/index.htm



(Postado por Marina K. n° 24 e Talita H. n° 30 - 6ªD)

Nenhum comentário:

Postar um comentário